18 de maio de 2009

POIS QUE VENHA A PRIMA VERA

Entre papos, furados, baseados, embaçados, uma cortina de palavras, cheia de planos que nela escorrem, uma noite para receber o dia, o primeiro dia, dela, a PRIMA VERA, tão meiga, tão amiga, tão afetiva, festejada até, motivo para rever todos os entes, os dentes, entre os dentes, sorrisos cigarros, coisas bem vindas a vinda na vida dela, a vinda da primavera, vestido verde, entre uma alça e outra, seios fartos, fartos da ciência sem a diversão.
Sem essa de exatidão, dissemos basta ao velho retorno do mesmo encontro, quando decidimos colocar os rabiscos das paredes da menina, no papel do louco careca.
E aí vamos nós....
Colocamos nossas fartas coxas sobre a nossa vassoura de cravo, canela e ervas, finas doces, prensadas, apertadas, fumadas e bom....
Que assim seja que venha essa tal de PRIMA VERA, que seja de fato de vera tudo o que ela tem de bom, junto com as flores, odores, primores.
Nada mais quero além disso, dizem que é tempo de amores, rumores, romances, QUE ASSIM SEJA.
Alguém aí por favor diz amém por mim!
Agora nada posso falar, estou a flores cheirar.
Igualzinha a mim,
Ela quer que sai assim...
De uma hora pra outra a ferro e fogo
Não tem fórceps que arranca as palavras de dentro da gente não
Só um sim ou um não
Sai a força, na força do pensamento
A baixinha assim de letrina em letrinha
Me constrói, me destrói
Até remói
Me ensina a ler os olhos das palavras dos outros
Crisca, cisca, rabisca meu ler, desaprender
Vive doida me pedindo um matrimônio
O ideal seria, o elefante e a formiguinha
E alguém imagina essa história?
É o fim, de mim só espremi essa laranja
Do bagaço que sou eu, me mostrei assim
Que em um dia se projetou em palavras


(para a Baixinha que amo adoro e venero desço do meu estatus de blefador metido a inteligente e te dedico essas letras organizadas)
Graco Alves

Poema da Raiva

Puta que pariu, a mãe de quem?
O cu de quem?
Caralho, porra, não definem o que eu tenho vontade de fazer
Arrancar osso por osso dente por dente na base do chicote
Palavra azeda por palavra azeda
Um ai que ódio
É discreto diante de tudo o que quero fazer
Sádico? Não
Masoquista? menos ainda
Mas o suficiente para esfolar os pelos da alma mesquinha de quem me cutuca com vara curta por traz.
To uma fera, unhas feitas, pintadas, de vermelho e roxo, roxo tom hematoma.
Um chicote de pregos enferrujados, todos na ponta da língua
Para decepar o dedo mínimo só pra doer devagarinho.
"O homem dos meus sonhos tem que ter qualquer coisa de menino maluquinho, de caçador diante da presa, de amigo nas horas difíceis, de amante à moda antiga, de poetinha apaixonado. Quixote enfrentando moinhos, Einstein na inteligência, e Gandhi na sabedoria. Mas, se nada disso tiver... só tem que ser alguém que: toque a minha alma, e eu a sua; compartilhe meus sonhos, as minhas alegrias, e minhas tristezas.
Que ame a vida, o sorriso de uma criança, um dia de sol. Que goste de chupar "manga no pé ", tomar fanta uva de canudinho, que saiba fazer pipoca doce, sorvete na praia, caipirinha no almoço, um vinho à luz de velas. Que se emocione com " Un-Break My Heart ", ou com as "Quatro estações " de Vivaldi. Com uma noite de luar, uma madrugada de chuva, uma caminhada a tardinha na praia. Que tenha arrepios com Hitchcok, que chore com ghost, que se divirta com os Simpsons, e que ache o máximo assistir a sessão desenhos num domingo de manhã. Um homem que queira fazer amor, a qualquer hora, em qualquer lugar. Que na hora do amor, viva as minhas e as suas fantasias; que me queira como amante, e... que seja "meu homem". Que quando estivermos juntos, o seu gozo seja o meu, o seu desejo... meu começo, meio e fim. Que depois do amor, durma em meus braços... Sabendo que pertencemos um ao outro. E... que hoje, será sempre o primeiro dia do resto de nossas vidas. Sabendo que o amor " não é imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure. "
Ah ! E que nunca esqueça de dizer EU TE AMO!!!

Fênix

Porque sou nuvem e sou sangue,
E guardo um doce segredo
É que nada me sacia.

Tenho mais nervos que entranhas
Sou mais angústia que medo
Mais solidão que energia.

Matéria-prima de mim
Essa aridez me consome
A me retesar as veias

Eu tenho a carne em pedaços
E costuradas na alma
Umas lembranças tão feias.

Me liquefaz a garganta
A minha sede de abraços
E não têm fim nem cansaço
As marcas que me deixaram
Minhas orgias de santa.

Eu morro assim do avesso
Morro sem verbo e sem plano
Sem um poema decente
Que viva até nunca mais.

As marcas que em mim deixaram
Essas lembranças tão feias
Não têm começo nem fim

Mas sei que a qualquer instante
Não vai haver quem se espante
Se eu renascer de mim.

(Cris Carvalho)

Ei me arranja ai uns DEZ abafos

De igual pra igual meu coração hoje está uma tsunami
Uma revolta, uma Ré e uma volta
Mil voltas de tantas voltas que essa vida louca breve me dá
Uma volta, volta e meia me humilha, me arremete lá pra cima
Constrói-me o orgulho, mas o bolso em retalhos no que me parece uma eterna recostura
Pede ali pede aqui, liga desliga-me.
Ai que ódio desta minha incapacidade
Vai depender da minha capacidade
Da minha capacidade de raciocínio em me poupar
Ai me poupe!
Não sei poupar...
Agora pode contradição maior? Pagar todas as contas, até a farmácia, ai meus sais, ai meus remédinhos... únicos verdadeirinhos, sim por que são os mais fortes, até mais fortes que eu, me derrubam logo, sono lento, sonolento.
Tudo hoje decidiu sair assim pela culatra.
Um ralo, um ralo a minha cara! Um ralo na minha cara, um ralo minha cara!
Turbilhão às avessas, raiva e mar revolto.
Tiro o cu dos outros da reta mas quem tira o meu? EU? EU!
Pois é Eu se phudEU...

Querido escritor Mário Quinatana,

O primeiro poema teu que li foi aquele da chuva, mas não foi agora na quarta série, não, foi na segunda, e eu estudava em outra sala. É bom de ouvir, gostei um monte. Mas, tem uma coisa: você tem mesmo certeza que a chuva faz pirulilin.. lulin.. lulin? Parei pra ouvir a chuva no meu telhado e parece que não faz. Vai ver é por causa do tipo de telhado. Ou se não, é porque é chuva de poema. A Léia disse que você é um poeta-passarinho, então vai ver que, em telhdo de poeta-passarinho, a chuva faz pirulin... lulin... lulin...lulin. ..
Sabe os poemas em que você fala de vento? Esses eu gostei mais ou menos. Não é por causa dos poemas não, é porque não me dou bem com dia de vento. Quando aconteceram certas coisas na minha vida, tipo o dia que a polícia levou o meu pai, o dia que o meu tio morreu, o dia que os bandidos mataram o pai da Luti, tava ventando.
Você fala "do vento que anda perdido pelas ruas da cidade". Pode ser que o vento que caiu justo no dia desses acontecimentos ruins da minha vida tenha se perdido também. Lembro dessas coisas sinistras mesmo sem o vento, mas quando cai vento a lembrança fica lembrada demais, e parece que tudo acontece de novo ali na minha frente.
Falei pra Luti: ah! eu queria morar numa ruazinha igual aquela do poema do Mário Quintana, que começa assim: "dorme, ruazinha, é tudo escuro", mas aquela é rua de poema! A luti vive querendo virar tudo que é de sonho em coisa de verdade e diz que a nossa rua ainda vai ser tranquila, sem tiroteio e outras coisas tristes, e dá um monte de idéias pra gente conseguir isso. Não falo quais as idéias que se não a carta vai ficar muito comprida e você vai se cansar de ler.
Eu não tô achando um jeito legal de terminar a carta, então termino mandando um monte de beijos, um beijo pra cada poema que você escreveu.
De seu leitor
Breno de Oliveira 12 anos"

22:35 em ponto de bala.

Nem sei por onde começar, levar um fora em menos de quinze dias, não sei se de fato isso é bom ou é ruim, havia tempos que nem foras eu levava, também não sei com quantos lados positivos devo avaliar esses episódios “isolados” da minha vida.
De certo que estou é com raiva muita raiva, o primeiro grifava na minha cara a palavra amizade como se eu não estivesse pronto para o NÃO.
Não, não estou e de certo nunca estarei.
O segundo me diz que NÃO, e vai, e eu de Amélia acreditei, pois ali estava ele passando por mim e eu me congelando, cortei até o assunto que tão empolgadamente tecia entre dois amigos (detalhe para os amigos de alianças, prata que só agora o brilho me dói o astigmatismo da alma).
Sou e estou entre a raiva o ódio, arrependimento, esfriamento, destruidor das minhas expectativas, ai meu Deus e eu que havia me prometido de não criá-las, expectativas! RA RA RA.
Às favas com as expectativas, também sou humano e quero ser amado por isso me dou tão bem com elas, a expectativa.
Pois é voltando ao segundo que me deixa mais furioso ainda, ai meus sais, meus açucares, mel então, nem se fala.
Nem sei fico me culpando me orgulhando me ferindo praticamente um São Sebastião crivado de flechas mandadas pelo meu próprio cupido.
Pois bem o primeiro, ou o segundo, muito menos o terceiro ou quantos sejam todos vocês, toda essa progressão aritmética, pois que cresça, some-se aos tantos outros que virão pois sou eu o dono da borracha que apaga os nomes e números de telefone dessa lista da expectativa, mas também sou eu o dono do lápis que reescreve em mim essa história.
E a famosa frase... Foram felizes para sempre... Meu bem, ainda não aconteceu, por que o belo aqui não adormece no ponto, muito menos se deixa devorar pelo lobo.
Que venham todos os príncipes, senhores, estudantes, professores, mestres, palhaços e sacristãos.
Aqui estou acompanhado dela, a minha sempre presente companheira.
ExpectATIVA.