27 de fevereiro de 2009

Tradução

O túmulo é meu pequeno lar,

Onde para ti mantenho

A sala arrumada,

E ponho a louça do chá.

Pois estamos separados,

Por breve tempo, sabe,

Até nos reencontrarmos

Na eternidade.

Emily Dickinson


Papo sem pé nas cabeças...

Mas querido, você precisa de mais motivações pra viver
para viver eu ate que ainda tenho não tenho mais pra teatro
não to com a minha criatividade disposta
meu querido talvez seja apenas um período
Pois evite gastar, mas viva outras coisas, quando quiser você volta
não quero voltar pra fazer teatro não
me chamaram para dirigir o grupo dele em um espetáculo, mas já to quase desistindo
por vários motivos inclusive a falta de tesão de criatividade de paciência etc etc
entendo
Pois dê um tempo a você
profissão maldita a gente se dedica tanto a ela q quando tenta se ver livre dela não sabe fazer outra coisa
não sei fazer nada marco
não tenho outra profissão
não sei
cortar cabelo
não sei cozinhar
não sei nada de diferente no computador
não entendo de dinheiro
não entendo de burocracia
Não entendo de nada
Importante é fazer bem uma coisa
e você sabe fazer bem teatro e dança
duas Artes
E em várias áreas
não entendo de nada
Direção, Produção e atuação
Ainda é professor
Você tem muito talento
mas to sem saco pra essas coisas
tudo é do mesmo jeito
se quer outra profissão você consegue
nem sei por onde começar
fazer um curso? outra faculdade? bater de porta em porta?
Basta ter calma
se esta estressado com tudo
Dê um tempo
Mas a Arte não vai te deixar em paz
pior que sei
por isso quero só terminar logo com a Chica

25 de fevereiro de 2009

Alfredo, é Gisele!

Sora vê, daqui do táxi a gente sabe é cada coisa... Sabe e aprende, aprende até a não ter preconceito. Eu vou dizer cada um tem o seu segredo, tem seu cada qual. Nem que seja uma coisica de nada, no fundo todo mundo sabe que lá dentro tem uma verdade só dele que as vezes nem ele mesmo sabe.Outro dia peguei um casal assim já de meia idade, bem apeiçoado, lá no Centro, eles tinham ido vê uma tal de uma Ópera, sei lá. Já eram umas 11 e meia da noite, a gente veio bem até o Aterro, entramos em Botafogo e o trânsito emperrou. A mulher já azedou na hora e foi falando para o marido: - Que trânsito é esse, quase meia noite? Não é esquisito, Alfredo?E o tal do Alfredo parecia um homem rico, mas não era fino, sabe? E também não gostava dela não. O cara era uma múmia. A resposta dele pras conversas da mulher tava mais pra rosnado, sabe?- Alfredo, isso não é um absurdo? A gente aqui parado num trânsito quase de madrugada, não entendo, é estranho, hoje é sábado. Será que é algum acidente, Alfredo?Como o homem não dizia nada, eu acabei dando o meu pitaco: - Madame simplesmente aqui, da licença, virou um lugar só de "homensexuais"e mulher gay. É cheio de barzinho deles, a rua toda. Fim de semana ferve. Quem quiser ver homem beijando homem e mulher beijando mulher, se beijando todo mundo junto é aqui mesmo.- Você ta ouvindo, Alfredo? Meu Deus, eles agora tem até bar pra eles, até rua. Não é um absurdo, Alfredo?- Ô Onça, ce me conhece, sabe bem como é que eu sou. Pra mim isso se resolve é na porrada. Se eu sou o pai, eu desço do carro e não quero nem saber o que é que entortou, o que é que virou, não quero saber o que é cu e o que é fechadura, baixo o sarrafo na cambada! Eu, com sem-vergonhice, o sangue sobe, eu viro bicho.Que isto Alfredo pára de falar essas palavras de baixo calão, olha o que o médico falou né motorista?Eu dei o meu pitaco: - Oh madame, o negócio que ele ta falando é que nem que eu vi lá no filme é uma metáfora. Ele não vai bater, vai só ficar zangado.- E o senhor sabe lá o que é metáfora? Fica aqui metendo o bedelho na nossa conversa aqui atrás.- Eu sei o que é metáfora sim! Pelo que eu entendi é assim: aquilo não é aquilo, mas é como se fosse aquilo. Então, em vez da gente dizer que aquilo é como se fosse aquilo, a gente diz que aquilo é aquilo. Mas não é. É como se fosse. Entendeu?- Eu entendi, mas eu to chocada com essa libertinagem. Olha aquele homem... Alfredo, beijando outro homem, de bigode ainda, Alfredo! Olha Alfredo!- E hoje ta até fraco. Eu falei. Hoje nem tem os “generais"?- Que generais?- General é aquelas mulheres de coturno que parece meio assim um macho. E o outro tipo de general é aquele homem transformista que é a traveca, mas anda é na gillete mesmo.- Ta ouvindo, Alfredo? Que decadência Alfredo.- E a gente vai ter que ficar parado nesta merda, ô Coisa?- Calma Alfredo, não fica nervoso! Isso é questão do nível das pessoas. A gente que tem... Não é motorista? ... A gente tem um nível, a gente tem mais condições, temos que entender essa, essa, como é que eu digo, meu Deus?- Putaria!Falamos juntos, eu, ela e o tal do seu Alfredo. - Cruzes Alfredo, olha aquela moça! Gente, uma menina, dezoito no máximo, e a outra maiorzuda no meio das pernas da coitadinha, fazendo sabe lá o quê! Tá vendo Alfredo aquela alí? Alí, aquela Alfredo, em cima do carro! Olha lá Alfredo, a mão da grandona na menina! Elas vão se beijar na boca, minha Nossa Senhora...- Que transitozinho, hein jararaca? A gente não vem aqui em Botafogo nunca mais, tá ouvindo ô coisa!- Mas Alfredo olha as duas meninas! Tá beijando, tá beijando, tá beijando Alfredo! Alfredo! Alfredo! Alfredo! Ela parece... Alfredo é Gisele! Alfredo! Nossa filha!?- Filha da puuuutaaa...E desmaiou, o tal doutor me desmaiou, enquanto a jararaca da mulé saiu porta afora de sapato na mão atrás das duas e eu pensando: não quero nem saber, vou encostar o carro aqui mesmo e espero o resolver, que umacorrida dessa eu não vou perder, que eu não sou bobo e nem sou rico. Éruim de eu ir embora, heim?Ai eu fiquei naquela situação: eu com um cara que era um ex-valente todo desmaiado no banco de trás parecendo uma moça, a mulé pisando forte que nem um um macho, um general, indo atrás da filha, quer dizer, tudo trocado e eles reclamando da filha. Se eu pudesse, eu ia lá defender a moça, mas não posso, já que o negócio é de família, né?Eu não tenho preconceito não, mas é isso que eu tava falando pra senhora: daqui a gente sabe cada coisa! Mas é cada um com o seu cada qual.
Elisa Lucinda

Caminhos do Coração


Não... Não é a novela da Record... ainda não cheguei a este ponto...

São incríveis (ou terríveis) os caminhos do coração.
Eu, ainda bem, hoje ando com meu coração calmo, tranquilo e preenchido.
Vejo coisas acontecerem, atitudes serem tomadas e reconheço meu passado nelas...
O pior é que não adianta falar, contar histórias ou dar conselhos.
Cada um tem que quebrar sua própria cara, cometer seus próprios erros...
A nós, amigos, só resta sentar e esperar... esperar a poeira baixar, esperar para tomar um porre (seja para comemorar a reconciliação ou para afogar as mágoas), esperar para rir junto ou enxugar as lágrimas.
Eu tive alguns pouquíssimos amigos verdadeiros ao meu lado (mesmo os que estavam longe do corpo e perto da alma) e foram eles me ajudaram a recobrar a sanidade nas várias vezes em que “enlouqueci” por amor... Hoje me disponho a estar por aqui, presente e tal qual um escoteiro “SEMPRE ALERTA!”