28 de março de 2009

São Meus, eu os comprei...


Ora deixem-me em paz aqui com os meus vapores, também sou falho e viciável como todo ser humano aqui na terra, estou na tenra idade dos 30 anos e por motivos quaisquer já me privei de tanta coisa, então me permitam até correr o risco do câncer improvável, não estou pedindo autorizações muito menos protocolos para poder isso ou aquilo, assim o faço quando quero desde o dia que me foi entregue o tal do livre arbítrio, pois então que seja, que assim o seja, sabor menta, canela, menta com canela, aprendi sim, aprendi a fumar, a beber, a jogar, a viver, em fim descobri um pouco mais de normalidade em mim, enquanto transgrido mais ainda minhas realidades, que se dane os frescos, os alérgicos e os reprimidos, não estou aqui para catequizar ninguém muito menos os colonizados de nascença daqui, o que quero é um pouco do que já é meu, minha individualidade, minhas idiossincrasias, minhas idioticizinhas e todo o meu Aurélio, os meus Buarques, as minhas São João.
A cada tiquinho de coisa arrumada, arranjada que me desfalece ao peito, aos olhos e ouvidos, me repele o olhar, sem perder tempo com molecagens, sem invadir a pessoalidade de ninguém, não é um manifesto pró egoístico não, mas é um apelo aos que ainda se limitam a observar condenando, se as pessoas assim o são, problema ou sorte a delas e não me cabe, ou não nos cabe interpelar o que só a ela pertence, a sua identidade, daquilo que também não se ousa dizer o nome.

26 de março de 2009

Aforismos do acaso (tradução - Cris Carvalho)

O homem que só bebe água tem algum segredo que pretende ocultar dos seus semelhantes.
(Charles Baudelaire)

O poeta é como o príncipe das nuvens. As suas asas de gigante não o deixam caminhar.


Todo o homem saudável consegue ficar dois dias sem comer - sem a poesia, jamais.
Amar as mulheres inteligentes é um prazer de pederasta.


Há que trabalhar, ainda que não seja por gosto, ao menos por desespero, uma vez que, bem vistas as coisas, trabalhar é menos aborrecido do que divertirmo-nos.

Homem livre, tu sempre gostarás do mar.