4 de setembro de 2010

Resposta ao blog de um amigo coreografo

Muito me assusta pensar que uma colocação dessas pode de certa forma refletir o que será produzido aqui, e o que será mostrado para nossa colônia ou província, escolha a que você quiser sim o que será mostrado em nome da dança contemporânea do ceará, ai muito me assusta que estes intelectuais de um livro só, ainda possuam esse tipo de recalque infantil, cristão monarquista, que ate mesmo Freud não resolve, pois é uma relação terapêutica que não seremos nos muito menos a nossa dança que vai resolver, a não ser o próprio cidadão do referido comentário, não tenho a mesma paciência ou a mesma sensação que você tem de estar evangelizando ou catequizando os curumins daqui ou de lá, não tenho paciência.
Agora o que se há de pensar se você que já ganhou o mundo com sua bunda e seu corpo "ideal", e quando falo ideal, é porque ele está dentro de padrões que sei que você não os segue por futilidade e sim por questões estéticas e políticas como seu texto diz, imagine eu que tento expor minhas obras com o meu corpo completamente despadronizado, destreinado, para seguir adiante com uma obra minha onde meu corpo nu, não seja encarado só como um trabalho de auto ajuda, ou de superação, hoje mesmo passei por uma situação de uma senhora dizer para sua amiga que mesmo eu gordão com esse corpo que tenho ainda consigo ser bailarino ambas riram e eu sorri bem amarelo, mas era isso que elas podiam me dar. E esses leitores de araque que nomeiam seus Deuses Deleuzes sem sequer alcançar de fato os seus conteúdos?
Compartilho com você muitas angustias sem duvida.
Mas também me ponho como observador do que de fato tem sido produzido aqui com ou sem bundas, será que são reflexos de pensamentos em dança, ou somente massagens de egos, amamentada por uma vaga fria figura feminina dominadora, hipnotizadora de sapatilhas, onde no mundinho deles só acontece o que ela quer?

1 de setembro de 2010

Sobre Amigos e Monstros

É, definitivamente escrever no calor das idéias e das palavras aqui no blog tem me causado muito mais bem estar do que o contrário ou coisa que o valha.
E desta vez preciso diminuir o volume da TV para poder ouvir as milhares de coisas que estão querendo sair de mim, mas não garanto que todas virão para o blog porque vou esfriando o turbilhão.
Acabo de ver um filme estupidamente maravilhoso ou se assim lhe couber o trocadilho amigavelmente espetacular, e é disso que o filme fala, AMIZADE, algo que como diria Wilde, não se ousa dizer o nome, sim por que nos meus dias bons ou ruins, venho descobrindo que esse troço de AMIZADE é muito mais do que elos de afinidade, é uma espécie de amor...
Mas voltando ao filme, senão a empolgação não me permite orientar as idéias. Então como dizia, o filme se chama Mary and Max, uma lindo e sensível filme de animação que nem percebi a sua duração afinal conta a historia de uma amizade que durou a vida toda, mesmo eu não me importando nem sequer me maldizendo quando alguém narra algum filme, muito pelo contrario isso só me instiga mais e mais para vê-lo, não serei óbvio em contar o enredo aqui, quero metaforizar outras coisas que permeiam o filme inteiro, esta obra de arte, que por acaso descobri o trailer no "youtube", quando pesquisava ainda coisas sobre problemas mentais, dei de frente com este trailer que falava mais sobre o problema psicológico que o protagonista sofre mas me encantei, por que de cara sou fã de qualquer filme de animação principalmente se for de macinha e materiais derivados, me remetem a tempos que não voltam mais, ou que já havia me esquecido, agora me perdoem pelo momento infância perdida (risos, não se preocupem minha infância foi perfeita, apesar da cirurgia, mas isso será motivo para outra postagem na hora certa).
Então percebi que o mesmo longa de animação não chegaria aqui tão cedo, e ou se chegaria, de pronto procurei o meu AMIGO que de tudo entende ou pelo menos sempre me passa essa segurança de ser o meu AMIGO  guru de assuntos cibernéticos e com o devido perdão aos criadores e aos cinéfilos, cometemos um crime federal, eu por pedir e ele por ter uma internet maravilhosa, baixamos o tal filme, no caso ele de pronto preparou um dvd todo bonitinho impresso fez até menu, e me entregou sem sequer ter visto ainda, coisa de amigo mesmo né...
Por conta do corre corre da faculdade e do trabalho, passei cerca de quatro dias andando com o DVD na bolsa para cima e para baixo na ilusão de arrumar tempo e ve-lo ao lado da minha AMIGA que também havia gostado do trailer. Hoje meio sem sono e cheio de dores na lombar e no pescoço, decidi vê-lo na falsa esperança de acomodar-me faraonicamente na minha cama de molas que já rangem como uma porta velha, mas que me acomodam bem até agora.
Deitei, olhei e chorei, e quando acabou o filme, me perguntei como eu vivi ate hoje sem esse filme na minha vida? De imediato me veio a resposta, vivi até agora porque tenho AMIGOS e é disso que o filme trata, uma amizade que combina e se cativa até mesmo com a distancia continental que pode haver.
Um dia minha mãe (que Freud me perdoe mas preciso mencionar assim), minha mãe me acusara de ter negligenciado meus amigos de escola e de infância que os tinha esquecido tudo por conta do teatro.
E claro veio o carimbo duro, pesado e cruel da culpa no meu peito, passei décadas para resfolegar esta marca e entender que se fossemos amigos "de vera" até o tempo nos faria mais amigos. E assim o foi em vários casos, AMIGOS de longa data, de media data, só não creio nos de curta data, porque estes ainda teem muito o que cativar.
Aos que estão distante do alcance diário dos abraços, aos que estão ao passar do tempo, e aos que estão nas janelas quando passo na corrida do dia-a-dia ainda não treinei tantos abraços de agradecimento, pois os mesmos ainda não seriam o suficiente para retribuir, contribuir em mesma moeda o desprendimento e doações. Por mais que a gente fale com mãe ou com pai, eles não entendem, AMIGO entende, respeita, ajuda, ouve e escuta, vê e enxerga, toca, abraça, acarinha, dá bronca, ensina, compartilha e divide, as vezes a situação é aparentemente insuperável ou intransponível, mas ai vem um AMIGO e convence você de que tudo é uma fase, poderes mágicos esse negocio de AMIZADE né?
Certo dia um AMIGO claro me ajudando a resolver um problemão comentou dentro da sua velocidade impressa pelo correr atrás de tudo, ele falou:
----- O cara tendo um AMIGO médico, um AMIGO advogado e um AMIGO no banco tem tudo na vida, a reflexão tem muito sentido dentro das variantes da vida prática.
Mas para mim basta ser e ter um AMIGO, pronto!
Sem essa de papo meloso, o que me levou a mais este relato, foi me valendo da prolixidade em relação a frase que termina o filme:

“Deus nos dá familiares. Graças a Deus podemos escolher os amigos”



Ficha Técnica do Filme Mary and Max.


Direção: Adam Elliot
Roteiro: Adam Elliot
Elenco: Vozes na versão original de Toni Collette, Philip Seymour Hoffman, Eric Bana, Barry Humphries
Trilha Sonora: Dale Cornelius
Produção: Mark Gooder, Paul Hardart, Tom Hardart, Bryce Menzies, Jonathan Page
Distribuidora: PlayArte
Estúdio: Gaumont
Gênero: Animação
Duração: 92 minutos
País: Austrália
Ano: 2009
COTAÇÃO: MAIS DO QUE EXCELENTE