2 de março de 2009

To Cheio

To cheio
Cheio de farto no peito
Em farto
In farto
Cheio das expectativas infantis daquelas que o chocolate não vem
Que o papai Noel não vem
Que o dente não vira dinheiro
Que a fada já aposentou esta gorda e tem cinco filhos
Há tantas varizes nos meus olhos
Olhos, óleos lisos que só escorrem para dentro
Nada para fora
Mas para fora pra que?
Se não tem público o palhaço não tem graça
A não ser que ele ria da sua desgraça
Diz Graça, mãe
Cadê você?
Sou dependente, ate brinquei e gritei:
Independência ou sorte, brincando de dom Pedro
Ah seu Pedro cadê você?
Nem mais a sua serenidade me influencia
Quero gritar
Ar
Dar
Sei lá
O que eu quero de verdade é só conjugar
Um verbo único
Amar

Ofurô de cicuta

O adoro com todas as forças do meu serzinho...

O Martine é claro

Frio ou quente não importa

As dores e as flores que ele rega não se importam e não morrem com as temperaturas oscilantes

Morrem cedo, antes de desabrochar

Antes de desembruxar

Tem tantos demônios no meio dos meus goles que eles descem assim como que se esgarçassem suas unhas na minha goela.

Queria ser uma galinha só para ter uma moela e digerir assim tudo tudinho

Como quem come milho de pipoca inteiro e depois vira nada

Mas não sou nada, não sou galo , nem galinha,

Nem um pinto quero ser, nem só um pinto eu quero ter.

Quero um par de asas, de patas quentes pra me aquecer

Mesmo que me aqueçam também os ossos do coração que de tanto ciscarem nele, já tem ranhuras do tamanho de um dedal

Um dedal que aponta a dose certa de cicuta, quero cicuta para um banho...

Um ofuror de cicuta para ver se encontro uma nova forma de matar ou morrer

Por que de defender já estou desfeito delas.