18 de maio de 2009

Querido escritor Mário Quinatana,

O primeiro poema teu que li foi aquele da chuva, mas não foi agora na quarta série, não, foi na segunda, e eu estudava em outra sala. É bom de ouvir, gostei um monte. Mas, tem uma coisa: você tem mesmo certeza que a chuva faz pirulilin.. lulin.. lulin? Parei pra ouvir a chuva no meu telhado e parece que não faz. Vai ver é por causa do tipo de telhado. Ou se não, é porque é chuva de poema. A Léia disse que você é um poeta-passarinho, então vai ver que, em telhdo de poeta-passarinho, a chuva faz pirulin... lulin... lulin...lulin. ..
Sabe os poemas em que você fala de vento? Esses eu gostei mais ou menos. Não é por causa dos poemas não, é porque não me dou bem com dia de vento. Quando aconteceram certas coisas na minha vida, tipo o dia que a polícia levou o meu pai, o dia que o meu tio morreu, o dia que os bandidos mataram o pai da Luti, tava ventando.
Você fala "do vento que anda perdido pelas ruas da cidade". Pode ser que o vento que caiu justo no dia desses acontecimentos ruins da minha vida tenha se perdido também. Lembro dessas coisas sinistras mesmo sem o vento, mas quando cai vento a lembrança fica lembrada demais, e parece que tudo acontece de novo ali na minha frente.
Falei pra Luti: ah! eu queria morar numa ruazinha igual aquela do poema do Mário Quintana, que começa assim: "dorme, ruazinha, é tudo escuro", mas aquela é rua de poema! A luti vive querendo virar tudo que é de sonho em coisa de verdade e diz que a nossa rua ainda vai ser tranquila, sem tiroteio e outras coisas tristes, e dá um monte de idéias pra gente conseguir isso. Não falo quais as idéias que se não a carta vai ficar muito comprida e você vai se cansar de ler.
Eu não tô achando um jeito legal de terminar a carta, então termino mandando um monte de beijos, um beijo pra cada poema que você escreveu.
De seu leitor
Breno de Oliveira 12 anos"

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