7 de setembro de 2011

O primeiro balaio a gente nunca esquece!

Desde 1998 quando comecei a fazer teatro que vejo, reconheço e almejo o Prêmio Balaio, não entendia nem o porquê do nome, mas queria um para mim como um menino quer o seu primeiro carro de controle remoto, apesar de alguns acharem que eu não acredito neste prêmio, eu acredito sim! Tive a honra de aprender muito em um ano que fiz “Coisas de rei” onde eu era simplesmente o rei, o protagonista, mas como protagonismo não é sinônimo de premiação, não foi daquela vez, infantilidade a minha.
Espero por este momento há exatos 13 anos 02 meses 24 dias. Então ao ver todo esse tempo de espera, me deparo com uma quantidade de números que eu até poderia reorganizar e ter algumas dezenas para jogar na sonhada mega sena.
A pergunta é... O que tem a ver mega sena com todo este contexto? Tem tudo a ver, tem a ver com os nossos sonhos de um dia poder ter grana para viver confortavelmente, tem a ver com o sonho de um dia ter a sua própria sede, de montar o seu espetáculo, sem ter que economizar nas ideias, muito menos adaptar-se a orçamentos magros e mirrados e sem ter que criar estratégias mirabolantes para lhe dar com prêmios que são descontados quase 50% na fonte, olha ai mais números outra vez!
Tem a ver com sonhas e contar com a sorte. Na verdade poderíamos contar com uma condição básica e não me refiro nem a mínima, pois já vivemos nela e há tempos é insuportável viver assim. Tem a ver em poder contar com o apoio de uma maquina que não é aquela que computa os jogos e lances, mas sim aquela que administra todo o bolão de verbas que em termos marqueteiros parece o maior prêmio acumulado quando contempla outrem vindo da mega capital, reafirmando assim o provincianismo burocrático que nos assola, quando na verdade dividido pelos poucos contemplados ainda é insuficiente e muitos outros tantos apostadores sonhadores, ficaram de fora, com os seus bilhetes na mão e ideias maravilhosas na cabeça.
O jargão de que a classe teatral é desunida, já venceu, já era. Os meus melhores amigos e parceiros de vida pessoal e profissional estão nessa classe artística, então redefina aí pra mim o que é ser desunida? Estamos avançando como podemos e em termos de organização política principalmente, o que pode nos faltar seja talvez um número maior de adeptos, sou consciente que sou um dos ausentes e com isso vem uma espécie de culpa e cobrança pessoal de estar passando em branco diante de todos esses fatos.
Mas também sou consciente de que tenho feito o máximo que posso, sendo honesto, sendo profissional e defendendo minha classe e profissão com unhas e dentes não admitindo sequer chacotas familiares em relação ao que escolhi para viver.
E depois de ter sobrevivido a quase 14 anos de teatro tenho mais um motivo de orgulho de mim e da minha profissão. Pois ao mesmo tempo em que recebo a minha primeira medalha, e que bom que é por causa do teatro, recebo também uma lição. Pois estou aqui por ter sido destaque do ano como coadjuvante e isso pra mim é a melhor forma de entender que estou no caminho certo.
Obrigado 06/09/2011

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